27 dezembro 2010

2011



Tenho por habito estabelecer metas. Ajuda a por ordem na minha mente. Mas as metas levam-nos frequentemente a desapontamentos e a criar espectativas que vão acabar por sair furadas. Mas viver no dia a dia sem objectivos é demasiado vasto e perco-me no mar de possibilidades fantasticas que geralmente caem como castelos de cartas. Sempre foi assim. Ainda não encontrei algo que me prendesse mais que a vida e me fizesse dizer: É isto. Sou capaz de viver a vida toda só a fazer isto. Não, sempre foi demasiado embarcar tudo com uma fome enorme e depois ficar meses em jejum, na insatisfação de nunca ter tudo e ser sempre demenos.
O medo de falhar e de não conseguir dar futuro (principalmente) às espectativas e necessidades dos meus pais é a eterna assombração. Queria ser jornalista, ir para comunicação social. Mas depois, sujeitava-me a não ter perspectivas de futuro, essas palavras de gente grande.
Por vezes, parece que em tudo que olho só vejo gritar informação de maneira confusa e em linguas estranhas. Quero dedicar a minha vida a ler! A dominar a arte da escrita, a descobrir tudo e dar a minha alma ao conhecimento! Mas assim que é feito do meu alter ego guitarrista profissional, na vida de loucuras de aproveitar ao máximo a vida boémia? E por falar em boémia, porque não fugir para Monmatre e viver com um pintor à base de absinto? Mas e depois o dinheiro?? Como vou sustentar os meus pais? E nunca suportaria abandonar tudo, todas as minhas raizes, ou suportaria? E valeria apena deitar tudo que me parece de mais valioso por causa de um estereotipo pre-concebido?
Eu sou uma especie de caleidoscopio, a cada minuto giro e sou algo novo, com novas vontades e muitas vezes personalidades. Como é que eu posso ser tudo o que sou? Ou como posso forçar o caleidoscopio parar de girar? O peso da vida segura contra o peso da aventura de experimentar tudo e acabar provavelmente com nada.
Há poucas certezas que tenho na vida, mas essas minhas raízes, já não as levo. Acredito no amor, sem clichés. Acredito que se todos nos amassemos e controlássemos a inveja, ambição sem limites tudo seria perfeito (ou, pelo menos, tão mais claro). Que o amor pela materia passaria a ser ponderado.
Portanto, para 2011 vou optar por duas vias (como não podia deixar de ser, tendo em conta o que acabou de ser divagado). Por duas listas. Uma tradicional, com pequenos quereres e uma major one:


Primeira:
1- Manter um diario de bordo actualizado pelo menos 2xs por semana
2- Recuperar a minha antiga boa forma fisica (de preferencia com dança!)
3- Speed up MIEIC (the fastest the nearest is freedom)
4- Ir a um festival de verão, de preferencia Paredes :)
5- Viajar (não especificar para não entrar em paranoias, mas Barcelona..)
6- Ink my infinit!
7- Ler mais (inclusivé reviver Harry Potters)
8- Enraizar na spru
9- Apaixonar-me (porque falling in love é a coisa mais dolorosa e poderosa que dá sentido a isto tudo)
10- Aprender a cozinhar
11- Dominar os maus hábitos de sono
12- Recuperar o vicio de fotografar tudo (e ocupar os tempos livres a tentar compreender)

Segunda:
Entender quem sou.

Ps. Life is what happens when we are making plans


1 comentário:

  1. Sem objectivos uma pessoa simplesmente perde-se. Eu pelo menos funciono assim. Tenho de ter sempre um rumo para não andar à deriva. Se não tiver nada para fazer, nada tem sentido.

    Todos de uma maneira ou outra já estiveram aí, inclusive eu. Já te imaginaste em vários lugares, a fazer várias coisas - infelizmente não podes viver disso tudo. Mas para isso é que existem os hobbies. Uma dessas coisas é a que te vai sustentar, e por vezes fazer com que tenhas pequenos (grandes) dissabores. No trabalho podes esperar de tudo: tanto te pode sair o projecto da tua vida com o qual se calhar até podes vir a ganhar algo como pessoa, como pode sair alguma coisa ranhosa que te vai tirar o ânimo de cada vez que a vês - nem tudo na vida é doce.

    As outras só te vão dar alegrias, porque nunca as vais ver como obrigações que tens de cumprir. São os teus pequenos prazeres, aquilo que tu anseias por fazer mal saias de um dia de trabalho, seja ele bom ou mau.

    É bom pensar naquela frase que diz "arranja uma coisa que gostes de fazer e nunca mais trabalhes", mas o facto é que isso nem sempre é verdade. Seja qual for a opção que escolhas, lembra-te que vai haver sempre coisas chatas para fazer.

    E quanto à lista dos quereres, subscrevo o manter a forma física, o aprender a cozinhar e o apaixonar-me.

    (e podes agradecer o comentário, porque isto foi quase como se fosse um post no meu blog :P)

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